Visão Geral

1. Nos edifícios residenciais, as áreas habitáveis dentro das mesmas, os armazéns de resíduos, as salas de armazenamento, os parques de estacionamento e as garagens serão considerados válidos consoante os requisitos de qualidade do ar interior, estabelecidos na Secção HS 3 do Código Técnico da Edificação (CTE espanhol). O mesmo acontecerá nos edifícios destinados a qualquer outra utilização e os respetivos parques de estacionamento e garagens.

2. Os restantes edifícios deverão dispor de um sistema de ventilação para o fornecimento de um fluxo de ar exterior suficiente para evitar, nas diversas áreas em que poderá ocorrer alguma atividade humana, a formação de elevadas concentrações de poluentes, em conformidade com o disposto na secção 1.4.2.2. e seguintes. Para efeitos de cumprimento desta secção, as disposições do procedimento UNE-EN 13779 são consideradas válidas.

Filtros de ar para hotelaria

Categorias de qualidade do ar interior de acordo com a utilização dos edifícios.

Em função da utilização do edifício ou local, a categoria de qualidade do ar interior (IDA) a ser alcançada deverá ser, pelo menos, a seguinte:

  • IDA 1 (ar de ótima qualidade): hospitais, clínicas, laboratórios e infantários.
  • IDA 2 (ar de boa qualidade): escritórios, residências (áreas comuns de hotéis e similares, lares de idosos e residências estudantis), salas de leitura, museus, salas de tribunais, salas de aula e similares e piscinas.
  • IDA 3 (ar de qualidade média): edifícios comerciais, cinemas, teatros, salas de eventos, quartos de hotel e similares, restaurantes, cafés, bares, clubes noturnos, ginásios, locais destinados à prática de desporto (exceto piscinas) e salas de informática.
  • IDA 4 (ar de qualidade baixa)

Caudal mínimo do ar de ventilação exterior.

1. O caudal mínimo de ar de ventilação exterior necessário para atingir as categorias de qualidade de ar interior indicadas na secção 1.4.2.2 deverá ser calculado de acordo com um dos seguintes métodos.

A. Método indireto do caudal de ar exterior por pessoa.

(a) os valores da tabela 1.4.2.1 serão utilizados quando as pessoas apresentarem uma taxa de atividade metabólica de cerca de 1,2 met, quando a produção de substâncias poluentes por outras fontes que não os seres humanos for baixa e quando não for permitido fumar.

CategoriaDM3/s por pessoa
IDA 120
IDA 212,5
IDA 38
IDA 45

b) Para os locais onde for permitido fumar, os caudais de ar exterior deverão ser pelo menos o dobro dos indicados na tabela 1.4.2.1.
(c) Quando o edifício em questão dispõe de áreas específicas para fumadores, estas devem consistir em locais vedados hermeticamente e posicionados em depressão relativamente aos espaços contíguos.

B. Método direto para a perceção da qualidade do ar.

Neste método, baseado no relatório CR 1752 (método olfativo), os valores a serem utilizados são os constantes da tabela 1.4.2.2.
Tabela 1.4.2.2 Qualidade do ar percebida em decipols.

Categoriadp
IDA 10,8
IDA 21,2
IDA 32,0
IDA 43,0

C. Método de concentração direta de CO2

(a) Para locais com uma elevada atividade metabólica (clubes noturnos, locais desportivos e destinados à prática de atividade física, etc.), onde não é permitido fumar, poderá ser utilizado o método de concentração de CO2, que é um bom indicador das emissões de bioefluentes humanos. Os valores são apresentados na tabela 1.4.2.3.
Tabla 1.4.2.3 Concentração de CO2 nas instalações

Categoriappm(*)
IDA 1350
IDA 2500
IDA 3800
IDA 41.200

(*) Concentração de CO2 (em partes por milhão em volume) acima da concentração no ar exterior.

b) Para os locais com uma elevada produção de poluentes (piscinas, restaurantes, cafés, bares, alguns tipos de lojas, etc.), poderão ser utilizados os dados da tabela 1.4.2.3, embora se recomende o método de diluição da secção E caso se conheçam a composição e o caudal das substâncias poluentes.

D. Método indireto do caudal de ar por unidade de superfície

Para os espaços que não sejam destinados à ocupação humana permanente, aplicar-se-ão os valores da tabela 1.4.2.4.
Tabela 1.4.2.4 Caudais de ar exterior por unidade de superfície de locais não destinados à ocupação humana permanente.

CategoriaDM3/(s*m2)
IDA 1não aplicável
IDA 20,83
IDA 30,55
IDA 40,28

E. Método de diluição.

Sempre que houver conhecimento de emissões de materiais poluentes específicos num determinado local, deverá ser utilizado o método de diluição. Os cálculos efetuados como descrito na secção 6.4.2.3 da EN 13779 serão considerados válidos para este fim. A concentração obtida para cada substância poluente, considerando a concentração no ar de impulsão SUP e as emissões nesses mesmos locais, deverá ser inferior ao limite estabelecido pelas autoridades sanitárias.

2. Em piscinas aquecidas, o ar de ventilação externa necessário para a diluição dos poluentes deve ser de 2,5 dm3/s por metro quadrado da superfície da água e da praia (área do espectador não incluída). A este caudal deve ser adicionado o caudal necessário para controlar a humidade relativa, caso exista. O local deve ser mantido a uma pressão negativa entre 20 a 40 Pa em relação aos locais contíguos.

3. Em edifícios para hospitais e clínicas, os valores da norma UNE 100713 são válidos.

Filtragem do ar exterior mínimo para ventilação.

1. O ar de ventilação exterior deverá ser devidamente filtrado quando introduzido no edifício.

2. As classes de filtragem mínima a utilizar, dependendo da qualidade do ar exterior (ODA) e da qualidade do ar interior (IDA) requerida, serão as indicadas na tabela 1.4.2.5.

3. A qualidade do ar exterior (ODA) será classificada com base nos seguintes níveis:

  • ODA 1: ar puro que pode conter, temporariamente, partículas sólidas (por exemplo, pólen).
  • ODA 2: ar com concentrações elevadas de partículas.
  • ODA 3: ar com concentrações elevadas de poluentes gasosos.
  • ODA 4: ar com concentrações elevadas de poluentes gasosos e partículas.
  • ODA 5: ar com concentrações muito elevadas de poluentes gasosos e partículas.

Tabela 1.4.2.5 Classes de filtragem:

IDA 1IDA 2IDA 3IDA 4
ODA 1F9F8F7F6
ODA 2F7/F9F8F7F6
ODA 3F7/F9F6/F8F6/F7G4/F6
ODA 4F7/F9F6/F8F6/F7G4/F6
ODA 5F6/GF/F9(*)F6/GF/F9(*)F6/F7G4/F6

(*) Deverá ser tida em conta a possível necessidade de instalação de um filtro de gás ou um filtro químico (GF) entre as duas etapas de filtragem

4. Os pré-filtros deverão ser utilizados para manter a limpeza dos componentes das unidades de ventilação e de tratamento de ar e para prolongar a vida útil dos filtros finais. Os pré-filtros serão instalados na entrada do ar exterior da unidade de tratamento de ar, bem como na entrada do ar de retorno.

5. Os filtros finais serão instalados após a secção de tratamento e, nos casos em que os locais servidos são particularmente sensíveis à sujidade, os filtros ficarão posicionados a jusante do ventilador de impulsão, garantindo uma distribuição uniforme do ar sobre a secção dos filtros.

6. Serão asseguradas as condições de funcionamento a seco em todas as secções de filtragem, excetuando as localizadas nas entradas de ar exterior; a humidade relativa do ar será sempre inferior a 90%.

7. As secções de filtros da classe G4 ou inferior para as categorias de ar interior IDA 1, IDA 2 e IDA 3 só serão aceites como secções para as indicadas na tabela 1.4.2.5.

8. As unidades de recuperação de calor devem estar sempre protegidas com uma secção de filtros da classe F6 ou superior.

Ar de extração.

1. Dependendo da finalidade do edifício ou do local, o ar de extração classifica-se de acordo com as seguintes categorias:

a) AE 1 (baixo nível de poluição): ar proveniente dos locais em que as emissões mais importantes de poluentes têm origem em materiais de construção e decoração e de pessoas. Desta categoria exclui-se o ar proveniente dos locais onde é permitido fumar.

b) AE 2 (nível moderado de poluição): ar proveniente de locais com mais poluentes do que o da categoria anterior e nos quais não é proibido fumar. Nesta categoria estão incluídos: restaurantes, quartos de hotel, vestiários, bares, armazéns.

c) AE 3 (nível elevado de poluição): ar proveniente de locais nos quais ocorre a produção de produtos químicos, humidade, etc. Nesta secção estão incluídos: sanitários, saunas, cozinhas, laboratórios químicos, tipografias, salas para fumadores.

d) AE 4 (nível de poluição muito elevado): ar que contém substâncias odoríferas e poluentes prejudiciais à saúde em concentrações superiores às permitidas no ar interior da área ocupada.

Nesta secção estão incluídos: extração de capelas de exaustão, parques de estacionamento, locais destinados ao manuseamento de tintas e solventes, salas de armazenamento de roupa interior suja, salas de armazenamento de resíduos alimentares, salas para fumadores em uso contínuo, laboratórios químicos.

2. O caudal de ar de extração das centrais de atendimento deve ser de, pelo menos, 2 dm3/s por m2 de superfície em planta

3. Apenas o ar da categoria AE1, livre de fumo de tabaco, pode ser devolvido às instalações.

4. O ar da categoria AE2 apenas pode ser utilizado como ar de transferência desde um determinado local até às centrais de atendimento, sanitários e garagens.

5. O ar das categorias AE 3 e AE4 não pode ser utilizado como ar de recirculação ou de transferência. Além disso, o ar destas categorias não deve ser extraído juntamente com o ar das categorias AE 1 e AE 2, a fim de evitar a possibilidade de contaminação cruzada.